terça-feira, 22 de março de 2016

2º ANOS: OS VÍRUS/AIDS

Por que a aids não é transmitida pela picada de insetos?

por Anna Carolina Rodrigues | Edição 152
mosquito-aids
Pergunta do leitor - Gonzalo Javier Olivares Flores,
Curitiba, PR
Por dois motivos. O primeiro é que a quantidade de sangue que o inseto suga de uma pessoa é muito pequena, assim como a concentração de partículas virais. A maioria dos infectados com HIV não possui níveis detectáveis de vírus no sangue (o que não é o caso de pessoas contaminadas com dengue, por exemplo). E os que possuem ainda assim têm níveis muito baixos - bem abaixo do necessário para transmissão de outras doenças virais. O outro motivo é que o HIV, diferentemente do vírus da malária e da febre amarela, por exemplo, não se multiplica dentro dos insetos - pelo contrário, é destruído.
Mesmo que carregassem quantidade suficiente de vírus, mosquitos não são como seringas: a regurgitação de saliva ocorre por uma passagem e a ingestão de sangue por outra
Esmagá-lo no braço também não transmite a doença, porque a concentração viral é pequena

FONTES Princeton University
CONSULTORIA Paulo Feijó Barroso, professor do Departamento de Medicina Preventiva do HUCFF da Faculdade de Medicina da UFRJ


RETROVÍRUS E A SÍNTESE PROTÉICA
O que são retrovírus?
Os retrovírus correspondem a um grupo de vírus cujo material genético é constituído por RNA. Eles têm uma enzima chamada transcriptase reversa, que faz (como o nome indica) uma transcrição inversa, produzindo uma molécula de DNA a partir do seu RNA. É importante lembrar que a transcrição, que ocorre normalmente em todos os outros seres vivos, consiste na síntese de RNA a partir do DNA. Uma vez produzido o DNA, este se integra ao cromossomo da célula infectada e ocorre a síntese de proteínas virais, seguindo o processo normal da síntese protéica (DNA-RNA-proteína). Um exemplo muito conhecido de retrovírus é o vírus HIV, agente causador da Aids.

Edição do dia 08/04/2015
08/04/2015 20h50 - Atualizado em 08/04/2015 20h50

Cientistas reproduzem anticorpo capaz de neutralizar o HIV

Pesquisadores brasileiros, em Nova York, conseguem reduzir temporariamente quase toda a carga do vírus HIV em pacientes.

http://glo.bo/1JpYc8X
O Jornal Nacional mostra uma conquista importante da ciência para saúde. Cientistas brasileiros reproduziram em laboratório um anticorpo capaz de neutralizar o HIV e reduzir a carga do vírus a níveis baixíssimos.
A escultura representa um anticorpo muito especial em ação. Na parte de baixo, vê-se uma longa fita enrolada. Ela é o pedaço do vírus HIV que ataca as células humanas e provoca a Aids. Já o pedaço de cima é o anticorpo apelidado de 3BNC117. Na representação, ele está neutralizando o HIV.
"Ele bloqueia o vírus, bloqueia o receptor do vírus que vê a célula humana. Então, o vírus não consegue entrar na célula", explica Michel Nussenzweig, cientista.
O anticorpo foi criado pelo sistema imunológico de uma pessoa soropositiva mas que não desenvolveu a Aids, um caso raríssimo.
O anticorpo foi isolado e depois clonado no laboratório do cientista brasileiro Michel Nussenzweig, na Universidade Rockefeller, em Nova York. O estudo, que foi publicado nesta quarta-feira (8) na revista científica Nature, mostra que o tratamento com esse anticorpo pode reduzir radicalmente a presença do vírus HIV no organismo.
A pesquisa foi liderada por outra cientista brasileira, Marina Caskey. O 3BNC117 foi injetado em 17 pacientes soropositivos, e 12 soronegativos. Cada um recebeu apenas uma dose. Nos portadores de HIV, em uma semana a quantidade de vírus no organismo caiu em até 99%. Mas o efeito não foi duradouro. Como normalmente o corpo humano não consegue produzir esse anticorpo o vírus gradualmente voltou.
Nas pessoas soronegativas, o objetivo foi verificar se haveria alguma reação prejudicial ao anticorpo, o que não aconteceu.
"A gente está mostrando pela primeira vez que essa classe de drogas, que são chamadas  anticorpos que são neutralizantes, pela primeira vez a gente está mostrando que ela tem atividade significante em pessoas que são infectadas com HIV que ainda não estão em tratamento", afirma a cientista Marina Caskey.
A próxima etapa da pesquisa, que começará ainda este ano, envolverá um número maior de pacientes e várias doses do anticorpo, na esperança de que ele eventualmente elimine o vírus HIV do organismo das pessoas infectadas. Ainda é cedo para falar em cura, mas esse é o objetivo

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