PROGRAMA MAIS MÉDICOS
G1-AL- 15/09/2013 20h33
- Atualizado em
15/09/2013 20h49
Sinmed de Alagoas diz que médicos estrangeiros são risco à população
- Sindicato questiona a formação dos médicos e diz que eles são 'escravos'.
- Ministério da Saúde rebate e diz que tudo foi feito dentro da regularidade.
Mais uma vez o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL) se
manifestou contrário à vinda dos médicos estrangeiros para o Brasil por
meio do programa 'Mais Médicos', do governo federal.
Segundo o presidente do Sindicato, Wellington Galvão, a vinda desses profissionais é arbitrária, uma vez que não há nada que comprove que essas pessoas têm realmente formação médica, bem como porque o problema da saúde do país não se restringe à falta de profissionais e sim à ausência de condições de trabalho para a categoria.
Em coluna publicada neste domingo (15) em um grande jornal de circulação de Alagoas, o Sinmed afirmou que os profissionais estrangeiros são “mercenários” e “escravos”. “Eles estão vindo para o Brasil em troca de comida e moradia. O dinheiro que vamos pagar não vai ser entregue a essas pessoas e sim ao governo do país deles. Isso é um trabalho escravo. E se eles aceitam é porque são mercenários”, afirmou Galvão à reportagem do G1.
“Além disso, há dois meses eu estive em um congresso com representantes de entidades médicas da Venezuela e da Bolívia [países que já receberam profissionais estrangeiros], que expuseram a falta de certeza quanto à formação médica de algumas dessas pessoas. Não sabemos a qualidade deles", expôs.
Ao todo, 19 médicos, dos 21 que vão atuar em Alagoas, já estão no estado, 15 deles desembarcaram em Maceió na manhã deste domingo. Os dois últimos profissionais devem chegar até esta segunda-feira (16), segundo o Ministério da Saúde (MS). Eles passaram por um treinamento onde puderam conhecer as doenças que são mais frequentes no Brasil e também praticar o português.
Entre os dias 17 a 19, os profissionais passarão por um período de acolhimento e serão apresentados aos indicadores de saúde do estado, perfil epidemiológico, especificidades regionais de saúde, entre outros pontos relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS) alagoano.
De acordo com Galvão, o treinamento dado aos profissionais não é suficiente. “Em vinte dias não se faz um médico, nem em dois ou três meses. Esse projeto é um desrespeito à população e à classe médica", destaca.
Ministério da Saúde
De acordo com a apoiadora do Ministério da Saúde Sônia Moura, que tem acompanhado os profissionais estrangeiros em Alagoas, todos os médicos entregaram a documentação necessária, inclusive os diplomas que atestam que eles concluíram o curso de medicina e que possuem especialização em medicina familiar.
“Levaremos essa documentação na próxima terça-feira, na companhia de um advogado da União, ao CRM [Conselho Regional de Medicina] para que o órgão emita a autorização provisória. Os médicos não poderão clinicar sem esse registro. Se houver alguma irregularidade, o Conselho dirá, mas nós já conferimos e todos os documentos estão regulares”, explica.
Sobre a afirmação de que os profissionais podem representar um risco à população, a apoiadora do MS informou que os médicos passaram por um treinamento inicial de 120 horas e que, ao final, foram submetidos a uma prova. “Além disso, durante os três anos eles terão acompanhamento constante da Universidade Federal de Pernambuco e participarão de uma capacitação de um dia a cada quatro trabalhados, justamente para que haja cada vez mais um estreitamento entre esses médicos e a população”, completa Sônia.
A representante disse que existe um termo de cooperação técnica entre os países e que a contratação foi feita dentro da regularidade, inclusive por meio de lei e decreto que dão legitimidade ao ato. Já com relação à afirmação de que os médicos estrangeiros são escravos e mercenários, ela disse que todos vão receber uma bolsa que os compensará pelo serviço prestado no Brasil.
“O governo brasileiro repassará o dinheiro para o governo cubano, que, por sua vez, transferirá entre 40% a 50% diretamente aos médicos. Além disso, os profissionais terão moradia e alimentação e os familiares deles serão assistidos pelo governo local”, completou ela.
Segundo o presidente do Sindicato, Wellington Galvão, a vinda desses profissionais é arbitrária, uma vez que não há nada que comprove que essas pessoas têm realmente formação médica, bem como porque o problema da saúde do país não se restringe à falta de profissionais e sim à ausência de condições de trabalho para a categoria.
Em coluna publicada neste domingo (15) em um grande jornal de circulação de Alagoas, o Sinmed afirmou que os profissionais estrangeiros são “mercenários” e “escravos”. “Eles estão vindo para o Brasil em troca de comida e moradia. O dinheiro que vamos pagar não vai ser entregue a essas pessoas e sim ao governo do país deles. Isso é um trabalho escravo. E se eles aceitam é porque são mercenários”, afirmou Galvão à reportagem do G1.
“Além disso, há dois meses eu estive em um congresso com representantes de entidades médicas da Venezuela e da Bolívia [países que já receberam profissionais estrangeiros], que expuseram a falta de certeza quanto à formação médica de algumas dessas pessoas. Não sabemos a qualidade deles", expôs.
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O presidente do sindicato disse ainda que a vinda desses profissionais
representa um risco para a população brasileira. “Não somos contra a
vinda de profissionais estrangeiros, somos contra a forma como eles
estão sendo trazidos, sem fazer a prova de revalidação do diploma.
Durante o treinamento pelo qual eles passaram, ficou claro que muito
deles sequer conhecem as drogas mais utilizadas no país, muito menos as
doenças que existem aqui. Temo pela população carente porque quem vai se
responsabilizar pelo danos posteriormente?”, indagou ele.Ao todo, 19 médicos, dos 21 que vão atuar em Alagoas, já estão no estado, 15 deles desembarcaram em Maceió na manhã deste domingo. Os dois últimos profissionais devem chegar até esta segunda-feira (16), segundo o Ministério da Saúde (MS). Eles passaram por um treinamento onde puderam conhecer as doenças que são mais frequentes no Brasil e também praticar o português.
Entre os dias 17 a 19, os profissionais passarão por um período de acolhimento e serão apresentados aos indicadores de saúde do estado, perfil epidemiológico, especificidades regionais de saúde, entre outros pontos relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS) alagoano.
De acordo com Galvão, o treinamento dado aos profissionais não é suficiente. “Em vinte dias não se faz um médico, nem em dois ou três meses. Esse projeto é um desrespeito à população e à classe médica", destaca.
De acordo com a apoiadora do Ministério da Saúde Sônia Moura, que tem acompanhado os profissionais estrangeiros em Alagoas, todos os médicos entregaram a documentação necessária, inclusive os diplomas que atestam que eles concluíram o curso de medicina e que possuem especialização em medicina familiar.
“Levaremos essa documentação na próxima terça-feira, na companhia de um advogado da União, ao CRM [Conselho Regional de Medicina] para que o órgão emita a autorização provisória. Os médicos não poderão clinicar sem esse registro. Se houver alguma irregularidade, o Conselho dirá, mas nós já conferimos e todos os documentos estão regulares”, explica.
Sobre a afirmação de que os profissionais podem representar um risco à população, a apoiadora do MS informou que os médicos passaram por um treinamento inicial de 120 horas e que, ao final, foram submetidos a uma prova. “Além disso, durante os três anos eles terão acompanhamento constante da Universidade Federal de Pernambuco e participarão de uma capacitação de um dia a cada quatro trabalhados, justamente para que haja cada vez mais um estreitamento entre esses médicos e a população”, completa Sônia.
A representante disse que existe um termo de cooperação técnica entre os países e que a contratação foi feita dentro da regularidade, inclusive por meio de lei e decreto que dão legitimidade ao ato. Já com relação à afirmação de que os médicos estrangeiros são escravos e mercenários, ela disse que todos vão receber uma bolsa que os compensará pelo serviço prestado no Brasil.
“O governo brasileiro repassará o dinheiro para o governo cubano, que, por sua vez, transferirá entre 40% a 50% diretamente aos médicos. Além disso, os profissionais terão moradia e alimentação e os familiares deles serão assistidos pelo governo local”, completou ela.
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