O fenômeno da maré vermelha
O fenômeno Maré Vermelha é provocado pelo
desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da
população de certas algas tóxicas, principalmente as dinoflageladas Gonyaulax catenella.
Contudo, a ocorrência desse evento não condiz com sua
denominação, visto que a coloração da água na superfície do mar pode
variar, e para dissociar tal acontecimento natural à pigmentação,
comumente avermelhada, mas também com tonalidade marrom, esse pode ser
denominado, com mais coerência, por apenas “floração de algas nocivas”.
As causas relacionadas a esse acontecimento são as
seguintes: alteração na salinidade, oscilação térmica da água e excesso
de sais minerais decorrentes do escoamento de esgoto doméstico nas
regiões de estuário, alterando as condições abióticas da zona pelágica
(de 0 a 200 metros de profundidade), consequentemente afetando o
comportamento das espécies planctônicas.
A acelerada reprodução e aglomeração das algas
dinoflageladas, com proporcional extenuação (morte) das mesmas,
desencadeiam um efeito catastrófico na fauna aquática local, liberando
substâncias tóxicas em alta concentração, capaz de envenenar a água e os
organismos ali viventes, por exemplo, a morte em larga escala de peixes
e moluscos. Em geral, os organismos filtradores são os mais atingidos.
Outro aspecto evidente é o bloqueio efetuado pela
camada de algas, impedindo a incidência e passagem de luminosidade,
atenuando o processo fotossintético com diminuição dos níveis de
oxigenação da água.
No ser humano pode causar danos à saúde (diarreia,
problemas respiratórios e circulatórios), caso seja contaminado pelas
toxinas ingeridas através do hábito nutricional, com acúmulo de
substâncias nocivas em tecidos de animais marinhos (ostras, camarões e
peixes) que servem de alimentos ao homem. Além de prejuízos econômicos,
relativos à produtividade pesqueira.
Por Krukemberghe Fonseca
Graduado em Biologia