terça-feira, 4 de junho de 2013

2ºANOS: SERES VIVOS- REINO MONERA- TEXTOS COMPLEMENTARES

Reino Monera 

  A diversidade de organismos do Reino Monera.

O Reino Monera reúne os organismos procariontes, unicelulares, coloniais ou não, de vida livre ou parasita, autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) ou heterotróficos que se alimentam por absorção.
Mesmo possuindo uma estrutura e organização celular rudimentar, uma tendência evolutiva desde o primórdio dos seres vivos, essas demonstram um grande potencial biológico, coexistindo em todos os tipos de ambientes, seja terrestre, aéreo ou aquático.
Esse Reino compreende as bactérias e algas azuis (atualmente denominadas de cianobactérias). Em virtude da contribuição da Biologia molecular, esse Reino passou a ser classificado em dois sub-reinos de organismos procarióticos bem diferentes: Eubactérias e Arqueas (Archaeobactérias).

As Eubactérias são divididas em dois grupos:

Com Parede Celular

- Gram-negativas (12 subgrupos) → Espiroquetas, Bacilos aeróbios ou Microaerófilos, Cocos, Bacilos anaeróbios facultativos, Bactérias anaeróbias, Riquétsias e Clamídias, Fototróficas anoxigênicas, Fototróficas oxigênicas, Bactérias deslizantes, Bactérias com bainha, Bactérias gemulantes e as Quimiolitotróficas.

- Gram-positivas (06 subgrupos) → Cocos, Bactérias esporuladas, Bacilos regulares, Bacilos irregulares, Microbactérias e Actinomicetos.

Sem Parede Celular

- Micoplasmas → revestidos apenas por uma membrana flexível, permitindo assumir variadas formas.

Artigos de "Reino Monera "
·         Escherichia coli

Escherichia coli

Escherichia coli é o nome de uma bactéria que habita o intestino de animais endotérmicos, cuja presença pode indicar aspectos relativos à qualidade da água e de alimentos. A E. coli também pode provocar doenças, como infecções urinárias, diarreia e a colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica.


A Escherichia coli assume a forma de bastonete.
A Escherichia coli é uma bactéria na forma de bastonete, e anaeróbia facultativa. Seu habitat primário é o trato gastrintestinal de humanos e outros animais endotérmicos (“de sangue quente”). É considerada um indicador de qualidade de água e alimentos através da análise de coliformes fecais: nome dado a um grupo de bactérias que habita o intestino dos referidos animais.
Grande parte da população desse grupo é formada pela Escherichia coli e, dessa forma, sua presença sugere a possibilidade de haver, naquele local, micro-organismos intestinais capazes de provocar doenças.
Geralmente a bactéria em questão habita o intestino sem causar problemas de saúde. No entanto, ao se direcionar para a circulação sanguínea ou outras regiões do corpo, é capaz de provocar infecções.
Esse quadro pode também se manifestar pela ingestão de água ou alimentos contendo cepas da bactéria, liberadas juntamente com as fezes de indivíduos contaminados; pelo contato com animais doentes, e com profissionais da saúde ou instrumentais médicos contaminados. Além disso, por algum problema de saúde, o próprio hospedeiro pode permitir que a bactéria desencadeie a doença; como nos diz o professor doutor Alexandre Bella Cruz1.
 
Alguns desses problemas de saúde são:
- Diarreia do viajante, também chamada de gastrenterite, que provoca desarranjos gastrointestinais;
- Cistite, que provoca inflamação da bexiga urinária;
- Meningite (inflamação das meninges) em neonatos;
- Sepse, também chamada de septicemia, que é um quadro grave que une os sintomas de uma infecção generalizada preexistente à resposta inflamatória do organismo;
- Peritonite, que é a inflamação do peritônio: membrana que reveste parte da cavidade abdominal.
 
Bella Cruz acrescenta que as bactérias naturalmente vão evoluindo para superar as condições adversas que encontram, o que justifica a existência de tantas variedades da mesma espécie bacteriana. Elas podem desenvolver a capacidade de produzir substâncias tóxicas, além daquelas que facilitam sua invasão e/ou adesão ao epitélio do hospedeiro. Também têm condições de produzir componentes celulares que dificultam a sua eliminação pelo sistema imunológico do hospedeiro (cápsula); ou que facilitam sua adesão, e transmissão de informações genéticas entre indivíduos (fímbrias). O conjunto destas "habilidades" ajuda na determinação do seu grau de virulência e patogenicidade.
Dentre suas variantes, há a EC Entero-hemorrágica: a responsável pelo surto que está ocorrendo na Europa. Esta, identificada como O104:H4, provoca a colite hemorrágica e a síndrome hemolítico-urêmica. Neste último caso, em virtude da ação de suas toxinas, ela provoca a destruição das células do epitélio do intestino, e o rompimento de vasos encontrados ali e nos néfrons (responsáveis pela filtração de sangue nos rins).
O quadro pode desencadear insuficiência renal aguda e, em situações ainda mais sérias, convulsões e problemas graves no sistema nervoso. Assim como grande parte das infecções, as crianças e os idosos são naturalmente mais vulneráveis a desenvolver tais sintomas, com incidência um pouco maior em indivíduos do sexo feminino.
 
Diante disso, algumas medidas são muito importantes para prevenir essa e muitas outras infecções:
- Lavar as mãos após ir ao banheiro;

- Lavar as mãos antes das refeições;

- Lavar as mãos antes e depois de preparar alimentos;

- Lavar bem os alimentos que são consumidos crus, como alface e tomate, descascando-os, se possível, ou, pelo menos, desinfetando-os com água sanitária (uma colher de sopa para cada litro de água potável, por quinze minutos);

- Cozer carnes e vegetais antes de ingeri-los;

- Preparar a carne em separado, não reutilizando os recipientes ou talheres.
 
Quanto ao tratamento das infecções por E. coli, geralmente a única medida a ser adotada é a reposição de líquidos. No entanto, tratando-se de outras regiões que não pertencem ao trato digestório, outros procedimentos podem ser requeridos. No caso da variante do surto europeu, em razão da hemorragia que pode provocar, há a possibilidade de ser requerida a transfusão de sangue.

·         Acne, antraz e botulismo

Acne, antraz e botulismo


Bacilos do antraz
Acne: a Propionibacterium acnes é uma bactéria da flora bacteriana normal da pele, mas que pode causar inflamações cutâneas, com grande possibilidade de deixar cicatrizes ao encontrar condições que permitem sua rápida multiplicação. Para tratamento, o controle da oleosidade da pele do rosto e, em alguns casos, o uso de antibiótico podem ser indicados por profissionais competentes.

Antraz (carbúnculo): causada pelo Bacillus anthracis, é típica de ambientes agrícolas, acometendo principalmente herbívoros, que se contaminam ao pastarem em solo contaminado pelos esporos da bactéria. Estes, ao entrarem em contato com fissuras cutâneas de indivíduos de nossa espécie, causam uma lesão que se transforma em bolhas cheias de pus e, mais tarde, forma uma cicatriz profunda e escura. Quando a infecção se dá pela inalação de esporos, fornece ao indivíduo sintomas semelhantes aos da gripe, mas que pode desencadear em parada cardíaca ou respiratória. Quando ocorre a ingestão, por exemplo, ao se alimentar da carne de um animal contaminado, desencadeia no paciente um quadro diarreico, acompanhado de vômito sanguinolento. Pode ser fatal em muitos casos.

Botulismo: infecção cujo agente causador é a Clostridium botulinum. A infecção se dá pela ingestão da bactéria ou de seus esporos, geralmente presentes em conservas caseiras e alimentos armazenados em latas estufadas. Devido à toxina que libera, o sistema nervoso é afetado, provocando tremores, vômitos e fraqueza muscular progressiva. Pode causar a morte pela paralisia dos músculos responsáveis pela respiração.
 

·         Algas Azuis

Algas Azuis


Floração de cianobactérias
Cianobactérias ou cianofíceas, conhecidas popularmente como algas azuis, são seres procarióticos, como bactérias comuns, e fotossintetizantes, como as algas. Esses organismos podem viver em diversos ambientes, inclusive em condições extremas: rios, estuários, mares, rochas, paredes, troncos de árvores, águas de fontes termais, lagos antárticos, regiões com altas concentrações de salinidade, etc. Essa capacidade adaptativa é uma de suas características marcantes, embora tenham crescimento mais favorável em ambientes de água doce.

O nome “algas azuis” foi dado a esses organismos pelo fato de que o primeiro encontrado possuía tal coloração, mas, no entanto, podemos encontrar cianobactérias com as mais diversas cores.

As cianofíceas podem ser unicelulares, vivendo isoladas ou em colônias, ou podem se apresentar com células organizadas em filamentos. Há registros de colônias filamentosas de mais de um metro de comprimento. Estas podem produzir os acinetos, esporos resistentes que podem dar origem a novas colônias.

A reprodução frequente nas cianofíceas é a bipartição ou cissiparidade. Não são conhecidas as formas de reprodução sexuada entre elas, embora seja provável que possuam algum mecanismo de recombinação de seus genes.

Esses seres autotróficos fotossintéticos requerem água, dióxido de carbono, substâncias inorgânicas e luz para se manterem. Dependendo da oferta de luz, fósforo, nitrogênio e outros poluentes orgânicos, podem ser encontrados em profundidades maiores.

Como são gram-negativas, suas paredes celulares são pouco permeáveis aos antibióticos e, assim, como muitas cianobactérias são capazes de liberar toxinas, podem contaminar mananciais de água sem que o tratamento de água tradicional e tampouco a fervura sejam eficazes para o tratamento. Contaminando a água, as cianotoxinas comprometem a vida aquática e a dos que têm ligação com as mesmas. Algumas destas são neurotoxinas bastante potentes e outras são tóxicas, principalmente para o fígado, sendo que há, ainda, aquelas que podem ser irritantes ao contato.

Diminuição dos movimentos, prostração, cefaleia, febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e hemorragia intra-hepática são sintomas que podem caracterizar a intoxicação humana ao ingerir a água ou pescados provenientes desta. O contato direto da pele com a água contaminada pode provocar irritação ou erupções, inchaços dos lábios, irritação dos olhos e ouvidos, dor de garganta e inflamações nos seios da face e asma.

·         Bactérias

Bactérias

 

  Os tipos de bactérias de vida livre ou vida colonial.
As bactérias são organismos unicelulares com tamanho microscópico, medindo cerca de 0,2 a 1,5 μm de comprimento, sendo em média dez vezes menores do que uma célula eucarionte.

Normalmente possuem uma rígida parede celular que envolve externamente a membrana plasmática, constituída por uma trama de peptídeos (proteínas) interligados a polissacarídeos (açúcares), formando um complexo denominado de pepdidoglicnas. Essa substância é responsável pela forma, proteção física e osmótica do organismo.

Algumas espécies de bactérias possuem uma cápsula uniforme, espessa e viscosa, atribuindo uma proteção extra contra a penetração de vírus (bacteriófagos), resistência à ofensiva dos glóbulos brancos (fagocitose), além de proporcionar adesão quando conjuntas em colônia.

Considerando o aspecto estrutural geral, uma bactéria é basicamente constituída por uma membrana plasmática. Podendo essa invaginar, formando uma dobra (mesossomo) concentrada em enzimas respiratórias.

Mergulhados no hialoplasma existem: um único filamento de DNA circular, contendo todas as informações (genes) necessárias ao funcionamento biológico bacteriano; vários ribossomos dispersos no hialoplasma; e grãos de glicogênio, utilizados como reservatório de nutrientes.

O material genético localiza-se normalmente em uma região chamada de nucleoide, havendo, em alguns casos, moléculas menores de DNA (os plasmídeos), contendo genes que desempenham funções diversas, por exemplo: resistência a antibióticos e ação tóxica injetada em bactérias competidoras, induzindo a degradação (morte).

As locomoções de muitas bactérias ocorrem por batimento flagelar, longos filamentos formados por fibrila, um arranjo estrutural diferenciado dos flagelos de eucariotos. Outros anexos como os pelos ou fimbrias também podem auxiliar no deslocamento, intercâmbio (conjugação) de material genético entre bactérias ou até mesmo facilitar a aderência e infecção a um hospedeiro.

De acordo com a forma e afinidade colonial das bactérias, elas podem ser classificadas em: cocos, bacilos, espirilo, vibriões, estafilococos, sarcina, estreptobacilos, diplococos ou estreptococos.
Por Krukemberghe Fonseca
Graduado em Biologia

·         Bactérias Exóticas

Brucelose, cancro mole, cárie dentária e cistite


Streptococcus mutans: bactérias responsáveis pela cárie.
Brucelose (febre de malta): esta doença, cujos agentes responsáveis são bactérias do gênero Brucella, é transmitida pela manipulação ou ingestão de carne, leite ou derivados de animais contaminados, e que não passaram por processo de pasteurização. Desta forma, profissionais que trabalham com estes animais têm mais riscos de se contaminarem por esta bactéria. Pode se manifestar de forma assintomática ou, na forma aguda, o paciente apresenta acessos de febre alta, geralmente ao fim da tarde, além de calafrios, palidez e cefaleia.

Cancro mole: causado pela Hemophilus ducreyi, é uma doença sexualmente transmissível que causa lesões dolorosas, de base mole, na região genital. Podem também surgir ínguas purulentas. Para tratamento, é necessário o uso de antibióticos e abstinência sexual.

Cárie dentária: é geralmente o resultado de uma higiene bucal não satisfatória. Como a Streptococcus mutans, típica da cavidade bucal, se alimenta de carboidratos, tal condição permite com que esta tenha uma grande disponibilidade destas substâncias orgânicas. Assim, para sua digestão, libera ácidos que destroem os tecidos dentários e provocam deteriorações características.

Cistite: caracterizada pela inflamação da bexiga urinária, causando ardor ao urinar, pode ser provocada pela Escherichia coli ou Staphylococcus saprophyticus: bactérias típicas da abertura urogenital. Acometendo principalmente mulheres, a transmissão se dá geralmente pela carência de medidas de higiene mais efetivas e pela atividade sexual.

Características da bactéria Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus é uma bactéria causadora de muitas infecções em nosso organismo, inclusive as intoxicações alimentares.

   O Staphylococcus aureus é responsável por vários tipos de infecção em nosso organismo

O Staphylococcus aureus é uma bactéria esférica, aeróbia ou anaeróbia facultativa, gram positiva que cresce na forma de cachos de uva. Essa bactéria é considerada pelos médicos um problema, já que, além de provocar infecções, costumam ser encontradas na pele de até 15% dos seres humanos.
É comum termos em nosso organismo, como pele, boca, nariz, intestino, colônias de bactérias que não nos causam doenças, mas é importante frisar que essas bactérias não causam doenças somente enquanto permanecem restritas a esses locais, pois as colônias são verdadeiros reservatórios de bactérias prontas para invadir o corpo todas as vezes que o sistema imunológico estiver fragilizado.
As bactérias encontradas na pele ficam esperando apenas uma lesão para poderem entrar no corpo, e por isso é extremamente importante lavar bem as feridas, pois vários tipos de infecções no organismo são causados pelo Staphylococcus aureus, e o tipo mais comum é a infecção da pele, cuja porta de entrada pode ser até uma pequena mordida de inseto. O Staphylococcus aureus também é responsável por infecções como impetigo, terçol, furúnculo, foliculite, mastite puerperal entre outras.
O Staphylococcus aureus também pode invadir o nosso corpo através de alimentos contaminados com as toxinas da bactéria, provocando intensa infecção intestinal, vômitos e diarreia. Esses alimentos podem ser contaminados na hora de sua manipulação (por pessoas que estejam contaminadas com a bactéria em secreções nasofaríngeas, ou com ferimentos nas mãos, abcessos ou acnes). Produtos que não foram cozidos ou refrigerados adequadamente permitem a multiplicação da bactéria e a produção da toxina.
Uma vez em nosso organismo, o Staphylococcus aureuspode não ficar restrito apenas à nossa pele. Se invadir a circulação sanguínea, poderá atingir qualquer órgão, desencadeando infecções graves, sepse e choque séptico. Uma das infeções mais temidas, provocadas pelo Staphylococcus aureus, é a endocardite, no coração, mas outras infecções possíveis são a pneumonia, a pielonefrite e osteomielite.
Infecções causadas por essa bactéria são tratadas com os derivados de penicilina, e nos casos mais graves é feita a internação hospitalar.

Cólera, coqueluche, difteria e disenteria bacilar


As vacinas DTP (tríplice bacteriana) e DTP-Hib (vacina tetravalente)
protegem contra a coqueluche, difteria e outras doenças bacterianas.
Cólera: provocada pelo Vibrio cholerae, causa diarreias esbranquiçadas devido à liberação de toxinas no intestino delgado, provocando a liberação de água e sais minerais pelas células ali presentes. Tal fator pode provocar a morte por insuficiência renal, aproximadamente um dia após o surgimento dos sintomas, caso não seja feito o tratamento adequado. A infecção se dá pela ingestão de água e alimentos contaminados pelas fezes de pessoas acometidas.

Coqueluche: a Bordetella pertussis é a responsável pelas tosses intensas. Como estas são sucessivas, deixam o indivíduo sem respirar até que cessem, fazendo com que, ao retomar o fôlego, reproduza um som de guincho, bem característico. Esta bactéria é transmitida pela inalação de gotículas de saliva contendo o agente transmissor, geralmente eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas contaminadas. Há vacina contra a coqueluche.

Difteria (crupe): acometendo principalmente crianças, é transmitida pela inalação de secreções respiratórias contendo a bactéria Corynebacterium diphteriae. Graças à toxina que libera, o paciente tem órgãos do sistema respiratório, como as tonsilas e faringe, afetados. Por esse motivo, pode causar a morte por asfixia. Febre e dificuldade de falar e engolir - principalmente devido a uma membrana que surge na garganta - são manifestações características. Existe vacina preventiva.

Disenteria bacilar (shigelose): causada por bactérias do gênero Shigella, provoca diarreias aquosas e severas devido à ação de suas toxinas, liberadas no intestino delgado. Sua infecção se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas doentes. Pode causar desidratação e, em casos mais severos, convulsões.

·          

Gangrena gasosa, gastrenterite, gonorreia e hanseníase


Clostridium perfringens: bactéria responsável pela gangrena gasosa.
Gangrena gasosa: ao contaminar ferimentos necrosados, a Clostridium perfringens libera toxinas que provoca inchaço e, progressivamente, a destruição dos tecidos adjacentes. Não tratada a tempo, esta enfermidade pode provocar hipotensão, insuficiência renal, coma e morte. Como os esporos desta bactéria geralmente são encontrados no solo, proteger ferimentos, pelo menos ao entrar em contato com este ambiente, é essencial.

Gastrenterite (diarreia do viajante): causada pela Escherichia coli, o indivíduo sofre de diarreias de intensidade leve a moderada, podendo estar acompanhada de vômito e febre. É transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelas fezes de indivíduos doentes. Geralmente se cura espontaneamente, após alguns dias, sem necessidade do uso de medicação ou outros procedimentos adotados em outros casos de diarreias - exceto no que se diz respeito à reidratação oral.

Gonorreia (blenorragia): esta doença sexualmente transmissível provoca dor, ardência e eliminação de pus ao urinar. Provocada pela Neisseria gonorrhoeae, pode também ser transmitida de mãe para filho, durante a gestação. Neste caso, o bebê corre riscos de ter seus olhos e visão comprometidos: é a oftalmia neonatal.

Hanseníase (lepra): A Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, como é popularmente conhecida, é transmitida pelas vias respiratórias, ou por meio de fissuras cutâneas. Afeta a pele, mucosas e nervos, provocando lesões de pouca ou nenhuma sensibilidade. Dependendo do grau de comprometimento, a pessoa acometida pode se recuperar completamente. Assim, quanto mais precoce o auxílio médico, maiores são estas chances.

·         História das Bactérias

História das Bactérias

 

  Bactérias – essenciais para nossa vida e a do planeta!
As bactérias são os seres mais antigos da Terra e estão presentes em quase todos os lugares – ar, água, solo, ar, poeira e até em vulcões; e por isso são consideradas os seres vivos mais abundantes do planeta. Exemplo dessa abundância está no fato de haver em nosso próprio organismo maior quantidade de bactérias do que de células... Isso mesmo! Temos aproximadamente 10 vezes mais bactérias em nosso corpo do que células humanas.
Estes microrganismos apresentam papel importante na manutenção da vida e do equilíbrio dos ecossistemas, atuando como decompositores fixadores de nitrogênio e desnitrificantes. Em nosso organismo, o papel desempenhado por estes microrganismos também é essencial, uma vez que graças à quantidade de bactérias presentes em nosso intestino, por competição, outras bactérias patogênicas não encontram um meio adequado para se instalar. Graças a elas também conseguimos absorver determinados nutrientes por elas produzidos durante a fermentação dos alimentos que ingerimos.
Podemos destacar outros papéis úteis das bactérias ao homem na produção de alimentos, fabricação de queijos e bebidas, e na indústria química, na produção de determinados fármacos.
Assim, antes de condenarmos esses microrganismos pelas inúmeras enfermidades, devemos saber que somente uma pequena parte das bactérias é patogênica, ou seja, causadora de doenças.
Quanto a sua descoberta, ocorreu por acaso, quando um negociante holandês, Leewenhoek, ainda no século 16, estava observando resíduos de alimentos retirados de seus próprios dentes. Este comparou as minúsculas estruturas encontradas a outras, presentes em diversos materiais, como água parada e sujeira. Leewenhoek descreveu essas estruturas, em formato de bastonetes, como pequenos animais (animáculos).
Entretanto, somente no século 19, o estudo das bactérias se desenvolveu, graças aos trabalhos realizados pelo médico alemão Koch, que descobriu que o causador de uma doença que acometia o gado era na verdade uma bactéria. A fama de vilã não parou por aí. O pesquisador francês Pasteur contribuiu grandemente para estudo destes microrganismos e de tanto estudar as bactérias patogênicas passou a temê-las, chegando ao ponto de não mais pegar na mão das pessoas e a desenvolver uma mania incontrolável de limpeza, tudo para evitá-las.
As bactérias são seres procariontes, ou seja, não apresentam material genético protegido por membrana, desta forma, ao ser vista no microscópio óptico não apresenta núcleo. Podem se apresentar de diferentes formatos – cocos, bacilos, espiroquetas e vibrião.
As bactérias, por sua enorme distribuição e pelo tempo de vivência em nosso planeta, apresentam diversas formas de nutrição, advindas da evolução de sua espécie. Dessa maneira, elas podem ser classificadas como:
Autótrofas, as que produzem seu próprio alimento. Neste caso, existem bactérias que possuem a capacidade fotossintetizante (na qual a fonte de energia é a luz) e quimiossintetizante (na qual a fonte de energia provém das reações de oxirredução).
Heterótrofas, as que se alimentam de nutrientes de outros seres vivos, podendo ser: saprófagas (as que se alimentam de organismos mortos) ou parasitas (as que se alimentam de organismos vivos). Uma vez absorvido o alimento, a bactéria pode realizar os processos de respiração aeróbico, anaeróbico ou a fermentação para a produção de energia a partir dos nutrientes consumidos.

Impetigo, leptospirose, meningite e tétano


Criança acometida pelo impetigo.
Impetigo: é causada pela Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. A infecção causada pela Streptococcus causa pequenas lesões com pus, formando, mais tarde, crostas. Já quando as Staphylococcus são as responsáveis, surgem bolhas de paredes finas que, ao se romperem, deixam a pele inflamada e úmida. Estas bactérias penetram na pele por meio de feridas ou fissuras preexistentes, pelo contato direto com as lesões de pessoas acometidas, objetos ou utensílios contaminados por essas.

Leptospirose: a Leptospira interrogans é responsável por esta doença, sendo liberada na urina de animais, como ratos e cães. O contato com a água, solo, alimentos e objetos contaminados pelas bactérias propicia o contágio humano, com sintomas que incluem febre e dor de cabeça, músculos e articulações. Podem surgir lesões na pele e também acometer pulmões, rins e fígado, com riscos de levar o indivíduo a óbito, caso não seja tratado a tempo. Existem vacinas somente para uso em animais, como cães, bovinos e suínos, sendo recomendada sua aplicação anual. Pessoas doentes não transmitem a doença a outras pessoas.

Meningite: nesta doença, cujas bactérias responsáveis são Neisseria meningitidis, Hemophilus influenzae ou Streptococcus pneumoniae; o indivíduo acometido geralmente sente dor de cabeça intensa, febre e rigidez da nuca, devido ao comprometimento das meninges. Episódios de vômito também são comuns. É transmitida pela inalação de gotículas de secreções respiratórias de pessoas doentes. É imprescindível o auxílio médico, já que pode evoluir a óbito. Existe vacina preventiva.

Tétano: lesões profundas da pele, ao entrarem em contato com esporos da Clostridium tetani, provocam contrações musculares capazes de provocar morte por asfixia devido à ação de sua toxina - caso não seja feito, em tempo hábil, o tratamento para a doença. A utilização da vacina e do soro são medidas importantes para evitar os problemas provocados por este micro-organismo.
 

Peste, pneumonia, salmonelose e sífilis


Lesões típicas da sífilis secundária.
Peste: causada pela Yersina pestis, esta penetra no organismo por meio de lesões provocadas por animais infectados (como a pulga-do-rato, Xenopsylla cheopis). Multiplicando-se no interior dos macrófagos, tem como sintomas: inchaço dos linfonodos e febre. A infecção também pode se manifestar nas vias aéreas, provocando sintomas semelhantes aos da gripe, mas com eliminação de pus e sangue ao tossir. Sem tratamento, o quadro evolui a óbito em aproximadamente uma semana.

Pneumonia: com sintomas que incluem febre, dificuldades respiratórias, dores no peito e tosse com expectoração; esta doença causada pela Streptococcus pneumoniae ou Diplococcus pneumoniae, tem como meio de transmissão as secreções respiratórias de pessoas infectadas. Além do tratamento farmacológico, indicado pelo médico, é necessário repouso.

Salmonelose: provocada por bactérias do gênero Salmonella, a infecção se dá pela ingestão de alimentos como ovos, carne, leite e derivados, ou alimentos manipulados sem os devidos cuidados relativos à higiene. Invadindo o sistema digestório, provocam febre, dores abdominais, cólica e diarreia. Existe o risco destes micro-organismos atingirem os vasos sanguíneos e linfáticos, podendo causar complicações graves em caso de crianças, idosos ou indivíduos imunocomprometidos.

Sífilis: a Treponema pallidum se manifesta com a formação de lesões endurecidas e pouco dolorosas na região genital, sendo, mais tarde, acompanhadas de lesões nas mucosas e pele - inclusive nas palmas das mãos e pés. Febre, dor no corpo e de cabeça e indisposição podem também surgir. Em um terceiro estágio, caso não seja feito um tratamento efetivo, a bactéria atinge o sistema nervoso. O contágio se dá por meio de relação sexual desprevenida, com indivíduo acometido, ou de mãe gestante para o feto.

·         Reprodução das bactérias

Tifo endêmico, tifo epidêmico, tracoma e tuberculose


Bactéria responsável pela tuberculose.
Tifo endêmico (tifo murino): causado pela Rickettsia typi, esta é transmitida pela picada da pulga-do-rato (Xenopsylla cheopis), provocando dores de cabeça, calafrios, febre, dores no corpo e articulações, além de manchas vermelhas por, aproximadamente, quinze dias. Há registros desta doença apenas nos estados da região Sudeste.

Tifo epidêmico (tifo exantemático): provocado pela Rickettsia prowazekii, tem como agente transmissor o piolho-do-corpo (Pediculus humanus corporis). As bactérias liberadas juntamente com as fezes destes artrópodes penetram no corpo por meio de lesões provocadas pelo ato de coçar. Assim, provocam febre alta e persistente, além de manchas avermelhadas pelo corpo. A doença de Brill-Zinsser, caracterizada pelo acometimento do sistema imune, é uma complicação que pode surgir anos depois, com condições de causar a morte do paciente.

Tracoma: inflamação da conjuntiva e córnea provocada pela Chlamydia trachomatis; sendo uma das principais causas de cegueira de indivíduos de países em desenvolvimento. De natureza crônica, provoca lacrimejamento, fotofobia, obstrução da visão e surgimento de folículos na pálpebra superior. A cicatrização deste processo inflamatório altera a conformação dos cílios, permitindo com que estes arranhem a córnea, propiciando a perda da visão, a longo prazo. Sua transmissão se dá pelo contato de olho para olho ou mãos contaminadas; ou indireta, por meio de vestuários ou mosquitos que tiveram contato prévio com os olhos de indivíduos acometidos.

Tuberculose: causada pela Mycobacterium tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch, compromete pulmões provocando tosse, febre, fadiga e, em casos mais avançados, expectoração com sangue. Responsável pela morte (e muitas produções) de escritores brasileiros, como Álvares de Azevedo, Castro Alves, Casimiro de Abreu e Manuel Bandeira, pode ser prevenina por meio da vacinação e tratamento dos doentes, já que sua transmissão se dá pela inalação de gotículas respiratórias eliminadas por estes.
 
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário